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Montagem correta e manutenção da sua Válvula Borboleta - MP Válvulas
Montagem correta e manutenção da sua Válvula Borboleta

Por: Daniel Trombim

03/04/2024 • Atualizado em 03 de abril de 2024

As válvulas borboleta desempenham um papel essencial em uma ampla variedade de processos industriais, desde o controle de fluxo em sistemas de fluidos até a regulação de pressão em instalações complexas. No entanto, como qualquer componente mecânico, essas válvulas estão sujeitas a desgaste e deterioração ao longo do tempo, o que pode comprometer sua eficiência operacional e segurança. Neste contexto, a manutenção adequada das válvulas borboleta se torna crucial para garantir o desempenho confiável e prolongar a vida útil desses dispositivos e de sua linha de montagem.

As Válvulas Borboletas MP foram desenvolvidas e projetadas para se ter um longo tempo de serviço sem a necessidade de intervenção para manutenção. Isso é devido as suas propriedades de construção e aos seus materiais de construção empregados. Mas, alguns cuidados devem ser tomados com a válvula. Para que aumente o tempo de vida útil da válvula, alguns procedimentos devem ser adotados e alguns cuidados devem ser tomados para que se garanta um pleno funcionamento da válvula sempre que precisar usá-la.
Periodicamente, movimente sua válvula na posição aberta/fechada para evitar que a sede da válvula crie vincos devido ao longo tempo parada. Verifique se precisa reapertar os parafusos que a prendem entre flanges garantindo que ela está alinhada a tubulação.

Primeiramente, antes de iniciar qualquer manutenção na válvula Borboleta, certifique-se que a tubulação está despressurizada e todo o fluido da tubulação foi esgotado. Deixe a válvula ligeiramente aberta se atentando para que o disco não exceda o face a face da válvula conforme figura a seguir. Esse procedimento é necessário para que quando for puxar a válvula da linha, o disco não enrosque nos flanges e se danifique.

Solte os parafusos de conexão com uma ferramenta apropriada e remova a válvula da tubulação. Mantenha sempre a válvula apoiada pois quando soltar os parafusos, a válvula ficará livre entre os flanges podendo haver risco de queda da válvula.

 

PROCEDIMENTO DE DESMONTAGEM DA VÁLVULA

Para que tenha uma melhor firmeza para se trabalhar na válvula, recomendamos que prenda a válvula em uma bancada para uma melhor fixação.
Remova os parafusos que fixam os atuadores da válvula (Alavanca, Caixa redutora, Atuadores Pneumáticos) e retire o atuador puxando-o para cima. Retirando os parafusos, não deverá ter nenhuma interferência para sacar o atuador.

Após retirar o atuador, remova os eixos de acionamento, superior e inferior da válvula. O que prende o eixo superior a válvula é o atuador. Ao retirar o atuador, o eixo superior já está livre para sacar. Retire o eixo puxando-o no sentido contrário ao disco. Ao retirar o eixo superior, as buchas, gaxeta e anel o´ring podem ser removidos. Para retirar o eixo inferior, primeiro retira o pino elástico que se encontra na parte inferior da válvula e depois puxar o eixo no sentido contrário ao disco.

Ao tentar sacar os eixos, poderá encontrar alguma dificuldade. Não há nada prendendo o eixo nessa etapa. Essa dificuldade é devido ao ajuste de montagem H7m6 que exige uma interferência entre peças que não exigem desmontagem constante e que devem atuar com precisão no momento de movimento do eixo e disco. Na figura abaixo, segue a sequência de remoção dos componentes da válvula Borboleta.

Após a desmontagem da válvula, uma avaliação mais criteriosa deverá ser feita em todos os componentes para avaliar todas as peças que serão reaproveitadas.
Peças em elastômeros deverão ser substituídas pois essas peças sofrem deformação e em sua eventual desmontagem, essas peças podem não voltar as condições geométricas iniciais e não fazer a devida vedação da válvula.
As peças em metal devem ser analisadas se estão dentro das dimensões toleráveis ou se tem algum tipo de avaria antes de reutilizá-las. Se houver algum ponto de oxidação, desde que não tenha danificado a peça, deverá ser lixado e pintado novamente para a proteção do componente.

 

PROCEDIMENTO DE MONTAGEM

Após a avaliação das peças e separação das peças que serão descartadas e feito todo o procedimento de limpeza dos componentes, deverá montar a válvula tomando cuidado para não danificar nenhum dos componentes da válvula. Os componentes em elastômeros sofrem facilmente conformação. Em uma montagem irregular dessas peças, elas podem sofrer algum tipo de desgaste que venha prejudicar a vedação perdendo a peça.
A sequência de montagem da válvula é da maneira inversa da desmontagem e a válvula montada é como apresentado na figura abaixo.

Após a montagem da válvula, ela está pronta para voltar a linha. Certifique que a válvula está acionando corretamente sem interferência após a montagem do atuador.

 

PROCEDIMENTO DE MONTAGEM NA LINHA

Ao voltar a válvula na linha, alguns cuidados devem ser tomados para que a válvula opere corretamente sem que haja nenhuma interrupção. Se colocar a válvula desalinhada com a tubulação, der torque excessivo nos parafusos ou insuficiente, poderá comprometer o correto funcionamento da válvula.
Ao colocar a válvula entre os flanges para fixa-la, procure apoiar a válvula para evitar a possibilidade de queda.
Deixe a válvula ligeiramente aberta se atentando para que o disco não exceda o face a face da válvula conforme figura a seguir, para que não tenha nenhuma interferência ao colocar a válvula entre flanges da tubulação.

Alinhe a válvula com a tubulação a fim de evitar que quando for acioná-la, o disco não encontre interferência na tubulação evitando a abertura total da válvula.

Mantendo a válvula alinhada com a tubulação, ao acionar a válvula ela vai abrir e fechar sem encontrar nenhuma resistência.

Para obter um melhor contato entre os flanges e a válvula, não colocar juntas ou guarnições entre a válvula e o flange. A sede da válvula é projetada para fazer a função de junta de vedação e evitar o vazamento.

Na hora de instalar a válvula na tubulação, aperte igualmente os prisioneiros de forma sincronizada e cruzada a fim de obter uma melhor vedação. Para o sequenciamento de aperto, faça de forma cruzada conforme imagem a seguir e nunca com o torque final de imediato. Procure sempre fazer o aperto de forma gradual, aproximadamente 30% do torque final, repetindo a sequência de aperto até alcançar o torque desejado de vedação.

Evite aperto desigual ou em excesso para evitar esforços no corpo e na vedação da válvula que venham causar deformações e aumentar o torque operacional. A tabela abaixo apresenta uma faixa de torque de aperto de montagem para cada bitola de válvula e os prisioneiros que devem ser utilizados para cada padrão de válvula e seu respectivo comprimento. O torque apresentado na tabela pode variar de acordo com a turbulência e a pressão de trabalho da linha em que a válvula estiver montada podendo ter que dar um aperto maior dependendo da situação. Após a linha entrar em regime de trabalho, ajustar caso haja vazamento.

Após a montagem no sistema e com aperto adequado entre flanges, conferir com a ajuda de um equipamento de medição a distância entre os flanges. Essa distância deve ser a mesma em todas as posições.

Em conclusão, a manutenção adequada das válvulas borboleta é fundamental para garantir a operação confiável e segura dos sistemas industriais. Através da implementação de práticas de manutenção preventiva e corretiva, é possível minimizar o risco de falhas e prolongar a vida útil desses dispositivos essenciais. Além disso, investir em treinamento e capacitação dos profissionais de manutenção pode melhorar ainda mais a eficácia dos procedimentos de manutenção, permitindo uma resposta rápida e eficiente a quaisquer problemas identificados. Ao adotar uma abordagem proativa para a manutenção das válvulas borboleta, as empresas podem não apenas reduzir os custos operacionais associados a paradas não planejadas, mas também garantir a integridade e eficiência dos seus processos industriais a longo prazo.